Contra o terrorismo

 NÃO AO TERRORISMO ! SIM À PAZ

Todo ato de terrorismo deve ser repudiado absolutamente , não importa quem o pratique.

Sinto cada vida sacrificada covardemente em Jerusalém como se fosse a perda de um parente próximo.

A única vitória das bestas terroristas é a que está espelhada nas agressões que os desesperançados da paz vem fazendo aos que ainda mantem a convicção nas palavras de Albert Einstein:   “A Paz não pode ser alcancada através da violência, só pode ser conseguida através do entendimento”. 

Desistir da esperança no entendimento é renunciar à qualquer expectativa de Paz.  O que querem os terroristas é exatamente isto. Destruir as chances da paz. Jogar mais combustível na espiral da violência.

Dar o que eles querem, renunciar à esperança no diálogo, é optar por uma solução desumana e suicida. É contribuir para transformar nossa querida Israel e os territórios palestinos num grande cemitério. É optar por uma solução inadmissível, que poderia ser  a “solução final” do movimento nacional árabe-palestino, do movimento nacional judaico-sionista, ou de ambos.

O único caminho para sair da espiral assassina da violência é lutar pelo diálogo e pelo entendimento.

A melhor homenagem que podemos prestar aos milhares de mortos – em todas as guerras entre judeus e árabes no Oriente Médio – é não entrar no jogo dos terroristas e investir, apesar de toda dor e de todo o sangue perdido, no entendimento e na PAZ, que é POSSÍVEL.

No início do processo de paz de Oslo, quando o caminho para uma paz definitiva e duradoura se abriu, pelo histórico reconhecimento recíproco dos direitos nacionais israelenses e palestinos, os terroristas dos dois lados conseguiram deter o caminho da paz, que finalmente estava aberto.

Na mesma cidade santa de Jerusalém, a  poucos metros do cenário do hediondo crime de ontem, as mesmas facções árabes terroristas proporcionaram um “espetáculo” não menos repugnante quanto este que estão de novo macrabamente festejando. Mas não conseguiram de imediato seu intento maior, de reverter o processo de paz.

Rabin: "Sim à Paz - Não à Violência"

Rabin: "Sim à Paz - Não à Violência"

Itzchak Rabin, Z”L, o insubstituível estadista que mereceu o prêmio Nobel da Paz, não caiu nesta armadilha suicida. Corajosamente declarou que “Israel não iria se submeter ao terrorismo e que a melhor resposta para os fanáticos era prosseguir nos caminhos do entendimento iniciados em Oslo”.

O trabalho incompleto dos terroristas árabes, porém, foi vergonhosamente executado com perfeição por fanáticos judeus. Desencadeou-se um movimento, por parte dos então opositores políticos de Rabin, entre os quais se destacaram figuras como Bibi Netaniahu e Ariel Sharon que, utilizando discursos muito parecidos com alguns que vejo repetidos hoje, fomentaram uma onda de ódio avassaladora contra os partidários de um acordo negociado.

O resultado desastroso desta onda de intolerância contra os próprios irmãos, todos nós conhecemos:  O grande herói, das guerras de defesa, e, principalmente, o grande estrategista israelense da paz foi covardemente assassinado pelas mãos de um fanático de seu próprio povo, que conseguiu o que seus ‘colegas/adversários’ árabes tentavam mas não haviam conseguido: abalar de maneira fatall o curso do processo de Paz,  ao assassinar o grande líder israelense.

A tragédia se repete. Os terroristas e fanáticos dos dois lados tiveram ontem uma vitória que não merecem. 

Em Israel,  discursos furiosos dos partidários da intransigência estão entregando o premio aos terroristas, ao conseguir que judeus ataquem outros judeus – tão ou mais preocupados como eles com Israel – mas que ainda mantém acesa a esperança de que a Paz é possível. 

O mesmo Sharon que comandou a campanha de ódio contra os partidários de Rabin, agora, por fatalidade da história, está no comando político-militar de Israel, e prolonga a política de assentamentos e de opressão dos palestinos dos territórios ocupados a níveis intoleráveis.

Ariel Sharon

Nos territórios administrados pela Autoridade Palestina, a situação é semelhante. Yasser Arafat, que tinha assumido uma posição de estadista que também lhe granjeara o Prêmio Nobel da Paz, cometeu erros irreparáveis, entre os quais o ainda mal explicado enrijecimento nas negociações de paz com o governo anterior e a irresponsável  libertação, no princípio da Intifada, de líderes das facções terroristas palestinas, que pouco a pouco vão conquistando mais e mais poder na frágil estrutura política do Estado em gestação, minando o aparelho administrativo e atacando objetivos civis israelenses.

Yasser Arafat

A história nos pregou uma peça, e hoje a perspectiva de curto prazo para a paz depende em boa parte das decisões de um líder israelense e de um  palestino, ambos com a biografia manchada de sangue inocente.

 A violência se realimenta  da violência oposta, e os assassinatos, as bombas, e as vozes fanáticas do ódio, têm conseguido, nos dois lados da Linha Verde, abafar as vozes que representam os desejos maiores dos dois povos  por uma vida decente e digna.

Do lado palestino, o avanço vertiginoso do poder de grupos terroristas como o Hamas e o Jihad, deixados à solta por Arafat, que com isso retrocede significativamente no caminho do entendimento. Do lado israelense, um governo cujo primeiro ministro nunca fez, em toda sua história, um único gesto dirigido ao entendimento com os árabes, e cujo presidente, Katsav, enxovalhou a imagem do Estado de Israel ao diminuir a pena, há poucas semanas, da principal cúmplice do assassino de Rabin, a qual nunca esboçou qualquer arrependimento por ter participado do covarde atentado que o matou, ferindo grave e irreparavelmente o campo da paz. 

Solidariedade contra o terrorO momento é de um pesar indescritível. Enquanto os radicais de ambos os lados se revezam entre o sádico festejo e o ódio destruidor, o sangue dos inocentes continua alimentando a espiral da violência. 

Nossa maior homenagem a todos os que foram covardemente assassinados é – como Rabin nos ensinou à custa da própria vida – não nos rendermos à violência e perseverarmos no diálogo e no entendimento.

Israelenses e palestinos desejam e merecem viver em Paz e contam com a solidariedade internacional, contra o terrorismo e a favor do entendimento.

Com profundo pesar, mas mantendo a esperança.

Moisés Storch

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