A maioria dos colonos judeus está disposta a sair dos territórios

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A maior parte dos colonos judeus nos territórios palestinos deixariam suas comunidades, se o governo lhes ordenasse para sair e oferecesse compensação financeira, disse o grupo anti-colonização PAZ AGORA em um estudo divulgado na quarta-feira. A pesquisa revelou que 68% dos colonos “reconhece a autoridade das instituições democráticas do país para decidir sobre a retirada dos assentamentos e se conformará com tal decisão.”

O grupo israelense, que apóia a retirada para as fronteiras de 1967, disse que apenas seis porcento [dos colonos] se oporia à decisão usando meios ilegais, enquanto 26% “obedeceria tal decisão após uma luta por meios legais.”

A pesquisa, conduzida no período de 3 meses, também revela que uma maioria de 59% dos colonos optaria preferencialmente por uma compensação financeira, no caso de retirada, enquanto 10% gostaria de ser realocada para dentro do próprio território de Israel, de acordo com a Agência France Press.

Apenas 9% insistiria em permanecer em seu assentamento, enquanto 23% disse que optaria por ser realocado em outro assentamento nos territórios ocupados, conta a pesquisa do PAZ AGORA.

A pesquisa, inédita em sua abrangência e profundidade, foi supervisionada por um comitê acadêmico de professores da Universidade de Tel Aviv e conduzida pela empresa de pesquisas Hopp em 3.200 lares, em todos assentamentos com mais de 150 habitantes e na maioria dos menores.

Existem aproximadamente 200.000 colonos espalhados em mais de 200 comunidades, embora números mais acurados não estejam disponíveis.

Outros 200.000 judeus vivem na ocupada e anexada Jerusalé oriental]

Os assentamentos judeus, uma das causas de raiz da revolta palestina que eclodiu desde setembro de 2000, são considerados ilegais pela comunidade internacional.

O Conselho de Segurança da ONU tem pedido a Israel para deixar os territórios ocupados tomados na guerra árabe-israelense de 1967, em troca de paz.

Entretanto, o PAZ AGORA sublinhou que o desejo de sair, entre as pessoas pesquisadas, sugere que os assentamentos não são imovíveis e que o principal obstáculo para a paz é o governo do primeiro-ministro israelense Ariel Sharon.

“Os colonos, com a excessão de uma muito pequena minoria extremista, não serão um obstáculo para um acordo de paz” – disse o PAZ AGORA, acrescentando que opiniões expressas pelo Conselho de Colonos não eram representativas.

A pesquisa descobriu que, para 77% dos colonos, a principal razão de viver num assentamento era a “qualidade de vida”, enquanto apenas 20% se mudaram para a Cisjordânia e a Faixa de Gaza por razões religiosas ou ideológicas.

O PAZ AGORA disse que nas regiões em que encontrou o maior nível de prontidão para sair, tais como no sul da Faixa de Gaza, no vale do Jordão e no nordeste da Cisjordânia, muitos apenas estavam ali por razões financeiras, por não conseguirem compradores para suas casas.

O número de assentamentos´está aumentando enquanto o número de colonos está caindo constantemente, apontou o PAZ AGORA .

O movimento citou o exemplo do assentamento de Adora, próximo a cidade cisjordaniana de Hebron, onde 80% da população saiu desde o início da Intifada e onde uma villa de oito cômodos  pode ser alugada por apenas 50 dólares por mês. “Sharon deseja esta gente como colonos, não como seres humanos com suas próprias necessidades”, disse o PAZ AGORA, deplorando a  “forma errada do governo ao tratar do desejo dos colonos por se retirar”.


[fonte: AFP – traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]


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