Cidadãos franceses contra banalização do anti-semitismo

y181b

FRANCESES CONTRA A BANALIZAÇÃO DO ANTI-SEMITISMO

Desejamos hoje dizer de nossa inquietude frente à recorrência das agressões que atingem, na França, as pessoas, as escolas, e os lugares de culto judeus. Após a destruição da sinagoga de Trappes (78) em outubro de 2000, logo após o recente atentado contra uma escola maternal em Creteil (94) em 31/12/2001. Mas, também em Paris, Rouen, Marselha, mais de uma centena de ataques do mesmo tipo se tem sucedido. Expressamos nossa preocupação diante da banalização de eventos semelhantes, que remetem à causa dos valores essenciais da República.
 
A imprensa, com poucas exceções, os representantes do Estado, e a nossa sociedade em seu conjunto, não parecem ter se dado conta desta situação, onde a liberdade de culto é violada, onde cidadãos franceses são agredidos, insultados ou ameaçados, por sua identidade religiosa ou cultural.
 
Que não nos iludamos. Não queremos mais assistir a “Noites de Cristal”. Para isto não resta mais que a multiplicação destes ataques centrados sobre cidadãos franceses judeus. Eles não correspondem a meros desdobramentos da violência de “bandos difíceis”, mas a uma forma de anti-semitismo. Recusar admiti-lo, em nome do politicamente correto, é moralmente incorreto.
 
Também o é ignorar a Lei, expressão da vontade geral, que condena estes atos e exclui as incitações à intolerância racial do campo da liberdade de expressão.
 
Reagiríamos da mesma maneira, se mesquitas, templos ou igrejas e os cidadãos que os freqüentam fossem objeto de ataques similares.
 
A tentação de transformar um conflito externo em um confronto muçulmano-judaico não é justificada, nem tolerável.
 
Pensamos que os valores de laicidade e de tolerância devem permitir a todos os cidadãos franceses, que têm suas legítimas inquietações, viver conjuntamente e exprimir suas respectivas opiniões sobre a situação no Oriente-Médio, sem estigmatizar seus concidadãos nem ser estigmatizados.
 
Apelamos aos responsáveis políticos, religiosos e associativos, aos jornalistas, aos intelectuais e a todos os cidadãos, para contribuir e garantir estes valores, que são aqueles partilhados pela imensa maioria dos franceses, os quais se associam a esta iniciativa.
 
Rogamos às mulheres e aos homens com cargos políticos nas mais altas responsabilidades da República, ou que aspiram a tê-los, que intervenham solenemente, esclarecendo suas posições sobre este problema e incorporando-as às suas plataformas, antes que acontecimentos dolorosamente dramáticos, os venham convocar.
Entre os primeiros signatários :
 
Catherine Arditti, actrice – Lucie Aubrac, ancienne resistante – Raymond Aubrac, ancien resistant – Patrick  Baudouin, president d’honneur de la Federation Internationale des Droits de l’Homme -Michele Barzach, medecin ancien ministre -Alain Bauer, grand-maitre du Grand-orient de France – Soheib Bencheikh, mufti de Marseille – Mario Bettati, professeur de droit international – Dalil Boubakeur, recteur de la Mosquee de Paris – Philippe Chabasse, co-directeur de Handicap International – Alain Corneau, cineaste – Harlem Desir, depute europeen – Olivier Duhamel, depute europeen – Driss El Yazami, vice-president de la Ligue des Droits de l’Homme – Daniel Farhi,rabbin – Alain Finkielkraut, philosophe – Brigitte Fossey, actrice – Andre Glucksmann, philosophe – Stephane Hessel, ambassadeur de France – Jacques Lebas, president de l’Institut de l’Humanitaire – Francois Leotard, ancien ministre – Joseph Maola, doyen de l’Institut Catholique de Paris – Jacky Mamou, president d’honneur de Medecins du Monde – Thierry Mauricet, directeur de Premiere Urgence –  Jean-Pierre Mignard, avocat, directeur de la revue “Temoin” – Claude Moncorge, president de Medecins du Monde – Michel Piccoli, acteur – Marie-France Pisier, actrice -Hubert Prevot, president de la Conference Permanente  des Coordinations d’Associations- Graciela Robert, militante des droits de l’homme -Michel Rocard, ancien Premier
ministre -Jean-Christophe Rufin, ecrivain -Jorge Semprun, ecrivain – Gilbert Sinoue, ecrivain – Fode Sylla, depute europeen – Nadine Trintignant, actrice – Bertrand Tavernier, cineaste…
Apoio dos Amigos do Paz Agora na França – La Paix Maintenant e mais de 11.000 assinaturas

Comentários estão fechados.