Pronunciamento do Rei da Jordânia na Casa Branca

Casa Branca, Washington – 06|05/2004


“…Continuo muito preocupado com a fase crítica que nossa região está atravessando. É muito importante que as vozes moderadas que buscam a paz em nossa região prevaleçam, de forma que quebremos o ciclo de violência que nos têm segurado por tanto tempo, e colocar a região numa nova rota rumo à estabilidade e prosperidade.

… Gostaria de explicitar a posição jordaniana no processo de paz, particularmente em vista de acontecimentos recentes. Pensamos que qualquer retirada unilateral israelense de Gaza e da Cisjordânia deve ser parte do road map, e deve conduzir à concretização de sua visão de uma solução de dois estados.

… Permita-me sublinhar que a estado palestino viável, soberano e independente, baseado nas fronteiras de 1967 é também do interesse nacional da Jordânia. Falhar em conseguir tal resultado invocaria outras opções, todas elas perigosas para os interesses de meu país e da região. Esta é uma das razões porque a Jordânia insiste numa solução de dois estados, e porque apóia o road map como o mecanismo para chegar lá.

… A Jordânia contínua comprometida com um acordo definitivo e abrangente de paz baseado nos fundamentos da Conferência de Madri, nos princípios de terra por paz, na Resoluções do Conselho de Segurança da ONU 242, 338, e 1397 – acordos alcançados pelas partes e a Iniciativa Árabe endossada pela Cúpula da Liga Árabe em Beirute.

… A Jordânia também acredita que temas para um acordo definitivo, incluindo fronteiras, refugiados, Jerusalém e assentamentos, devem ser matéria para decisão das partes. Estou animado pelo que ouvi do Sr. hoje, de que esses temas não devem ser prejudicados, e deverão ser mutuamente acordados pelas partes. No contexto do road map, devo lhe assegurar, Sr. Presidente, que a Jordânia está pronta para fazer sua parte, assistindo à Autoridade Palestina na reconstrução de sua capacidade e assumir total controle da situação de segurança.

… A Jordânia está ombro-a-ombro com os Estados Unidos e a comunidade internacional em nossa luta comum contra o terrorismo. Não podemos permitir que a agenda política dos terroristas tenha sucesso. E lhe garantimos que a Jordânia irá continuar fazendo o máximo para ajudar na vitória desta causa.

… A Jordânia está comprometida em apoiar os iraquianos em seu anseio de recuperar sua soberania, reconstruir suas instituições, e estabelecer uma sociedade baseada na liberdade e democracia. A estabilidade, unidade e integridade territorial do Iraque é um objetivo que ambos partilhamos, e estamos determinados a alcançá-lo.

… A Jordânia também está comprometida com um processo de reforma política e econômica na região. Adotamos um plano de longo alcance, que aborda as áreas-chave da boa governança, liberdades políticas, direitos das mulheres, reforma judiciária, reforma econômica, reforma educacional e a liberalização da economia. Também estamos fortemente comprometidos com um papel importante da sociedade civil. Nosso objetivo é evoluirmos para um sistema que respeite a diversidade e garanta o pluralismo a todo tempo, de forma que a democracia não seja usada por qualquer um que possa subjugá-la e negá-la a outros…”

Entrevista Coletiva (trecho)

Sua Majestade, o Sr. é otimista com relação ao movimento do road map? E o Sr. Presidente, à luz de sua discussão de hoje com Sua Majestade, vê os E.U. envolvendo-se em breve numa implementação concreta do road map?

R. ABDULLAH: Bem, estou muito animado pelo que sempre vi como posição dedicada do Presidente dos E.U. Ele foi o primeiro presidente a articular um Estado Palestino viável e independente, e criou um mecanismo, o road map, para permitir alcançá-lo. Nosso encontro de hoje reafirmou a posição americana como sempre tinha sido, e penso que, definitivamente, estamos reassegurados na Jordânia e esperamos que as posições do Presidente garantirão a todos no Oriente Médio.

PR. BUSH: Sim, nós apoiamos o road map. Concretamente, o Secretário de Estado recentemente se encontrou com o Quarteto, que é parte integrante do road map. Eis o que acredito que acontecerá. O mundo deve reconhecer a possibilidade de um Estado Palestino. Quero dizer, o desenvolvimento de um Estado Palestino é – livre e democrático – e, diga-se, a democracia não precisa se parecer com a da América ou Europa, deve estar sintonizada com a cultura do povo palestino. É o que eles querem. Mas de toda forma, o desenvolvimento de um Estado que seja livre e pacífico mudará a dinâmica do Oriente Médio…

 

[ excertos traduzidos pelo PAZ AGORA|BR de informações transcritas em www.whitehouse.gov ]

Comentários estão fechados.