A morte de Arafat

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Com a morte de Yasser Arafat, terminou uma longa era no conflito israelense-árabe/palestino. E não podemos saber como o período que agora se inicia será caracterizado. A saída de Arafat do palco da História oferece uma pletora de oportunidades para acabar com o conflito , assim como o perigo da deterioração nas relações entre nossos povos.

Yasser Arafat fez mais do que qualquer outro para trazer o tema palestino para a frente das preocupações internacionais, e poderia também ter sido a pessoa a conduzir os palestinos para a independência e coexistência com o Estado de Israel.

Foi em detrimento do povo palestino que seu líder não soube como levá-los a uma era de paz e reconciliação com o fato da existência do povo judeu em sua Pátria soberana e histórica. Não apenas ele não propeliu adiante processo de paz. Arafat iniciou e dirigiu atividades terroristas e foi conivente com a existência de outras organizações terroristas nas arena palestina.

Desta forma, limitou severamente as chances para uma reconciliação histórica, como também de dar um fim ao continuado sofrimento do seu povo. Não esqueçamos a monumental angústia física e emocional que causou pelos contínuos ataques terroristas a Israel. O mundo deve lembrar esse fato neste período em que há interessados em reescrever seu legado.

Com sua morte, uma nova oportunidade de reconciliação e diálogo entre nossos povos se apresenta, Acabamos de ler na porção semanal da Torá que no momento da morte até inimigos mortais podem unir-se como irmãos. Lemos na porção da Torá ‘Vida de Sara’ que “Abraão deu seu último suspiro e se reuniu a seus ancestrais. Seus filhos Isaac e Ismael o enterraram…” (Genesis 25: 8-9). Assim, também para os filhos de Isaac e Ismael, o desafio é lembrar que somos irmãos, fadados a viver lado-a-lado aqui em nosso pequeno canto de terra.

É possível que o trauma que o povo palestino está agora sofrendo, com a morte de seu líder, possa trazer a consciência de que a sua direção precisa ser reavaliada e que o tempo chegou para se voltar para Israel com uma mensagem de paz. Então os irmãos poderão aprender a viver com o outro em paz e harmonia, novamente.

O Rabino Uri Regev é um dos líderes da União Mundial para o Judaísmo Progressista (WUPJ – The World Union for Progressive Judaism- http://wupj.org), uma das maiores correntes religiosas do judaísmo contemporâneo, com mais de 1,5 milhão de membros em cerca de 40 países; O Judaísmo Progressista está enraizado na Bíblia, especialmente nos ensinamentos dos profetas hebreus. É fundado nas manifestações autênticas da criatividade judaica, antiga e moderna, buscando justiça, igualdade, democracia e paz. 

[ publicado em http://wupj.org e traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]

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