O Encontro Bush-Sharon no Texas



Presidente Bush

Os Estados Unidos estão comprometidos com a segurança de Israel e seu bem estar como Estado judeu, incluindo fronteiras seguras e defensáveis. Estamos comprometidos em preservar e fortalecer a capacidade de Israel em dissuadir seus inimigos e se defender…

Apóio fortemente a sua corajosa iniciativa de se desligar de Gaza e de parte da Cisjordânia. O primeiro-ministro deseja coordenar a implementação do plano de desligamento com os palestinos. Eu conclamo a liderança palestina a aceitar sua oferta. Ao trabalharem juntos, israelenses e palestinos poderão lançar as bases para uma transição pacífica.

Discutimos a necessidade de Israel trabalhar com a liderança palestina para melhorar a vida diária dos palestinos, especialmente sua situação humanitária, de forma que israelenses e palestinos possam concretizar juntos um futuro pacífico.

Reiterei o apoio dos EUA ao estabelecimento de um Estado Palestino que seja viável, contíguo, soberano e independente. Os EUA irão continuar trabalhando com a comunidade internacional para ajudar os palestinos a desenvolver instituições políticas democráticas, construir instituições de segurança dedicadas a manter a lei e a ordem, e desmantelar organizações terroristas, reconstruir instituições civis e promover uma economia livre e próspera.

Permaneço fortemente comprometido com a visão de dois Estados democráticos, Israel e Palestina, vivendo lado-a-lado em paz e segurança. O primeiro-ministro e eu reafirmamos nosso compromisso com esta visão e com o road map como o único caminho adiante para concretizá-la. O road map foi aceito e endossado tanto por Israel quanto pela Autoridade Palestina, bem como por praticamente toda a comunidade internacional. O primeiro-ministro e eu partilhamos o desejo de ver o desligamento de Gaza e de parte da Cisjordânia servindo para reenergizar o progresso do road map.

Os Estados Unidos estão trabalhando com os palestinos e israelenses para incrementar a segurança na região. Estamos cooperando com os palestinos para ajudá-los a cumprir suas obrigações com o road map, especialmente nas operações efetivas para deter o terrorismo e desmantelar a infra-estrutura e dispositivos terroristas. Construir uma verdadeira segurança para israelenses e palestinos demanda um esforço imediato, forte e sustentado no combate ao terrorismo em todas as suas formas.

Eu falei ao primeiro-ministro de minhas preocupações de que Israel não realize qualquer atividade que infrinja suas obrigações com o road map ou prejudique negociações para o status final.  Assim, Israel deve remover postos avançados não-autorizados e cumprir suas obrigações com o road map no referente aos assentamentos na Cisjordânia.

Israel tem obrigações sob o road map. O road map claramente diz não à expansão de assentamentos. Nós iremos continuar a trabalhar com Israel em suas obrigações, e com os palestinos que têm suas obrigações. E parece ser um papel importante para os Estados Unidos lembrar às pessoas de suas obrigações e trabalhar com elas – continuar trabalhando com as pessoas, de forma que elas alcancem a paz.

Como parte de um tratado final de paz, Israel deverá ter fronteiras seguras e reconhecidas. Isso deverá emergir de negociações entre as partes, de conformidade com as Res. 242 e 338 do CS da ONU. Como disse em abril, novas realidades de fato tornam irrealista esperar que o resultado de negociações finais venha a ser um retorno total e completo as linhas de armistício de 1949. É realista esperar que qualquer acordo final apenas venha a ser alcançado através de trocas mutuamente acordadas que reflitam essas realidades. Esta é a visão americana. Embora os EUA não venham pré-julgar o resultado de negociações para o status final, essas mudanças efetivas, incluindo os grandes centros populacionais israelenses existentes, devem ser levados em consideração em qualquer negociação para o status final…

É necessário construir confiança…  Acredito que é possível trabalhar para criar uma entidade auto-governada em Gaza. E creio que esta entidade será pacífica, porque a maioria das pessoas ali quer paz. E se isso acontecer, acho que de repente haverá uma mudança de forma de pensar…

(George W. Bush – 11/04/2005)


Primeiro-Ministro Sharon

Eu disse ao presidente da Autoridade Palestina, Sr. Mahmoud Abbas, que este é o ano da grande oportunidade para começar a construir um futuro melhor para nossos filhos e netos e que nossos dois povos têm que se esforçar para não perder esta oportunidade. Mas precisamos agir agora. A violência e o terror presentes não podem prevalecer. Precisamos fazer todo um empenho para não aceitar qualquer solução temporária com respeito ao terror, mas agir decididamente para desmantelar a infra-estrutura terrorista e eliminar o terrorismo de uma vez por todas. Derrotar o terror é a única maneira de construir a paz.

Sr. presidente, como eu disse em Aqaba há dois anos, não é de nosso interesse governar os palestinos. Gostaríamos que os palestinos governassem a si mesmos em seu próprio Estado, um Estado democrático com contigüidade territorial em Judéia e Samária, vivendo lado-a-lado com Israel em paz e segurança. Nós buscamos reconstruir confiança e respeito, dignidade e direitos humanos para todas as pessoas.

Com relação aos postos avançados não-autorizados, desejo reiterar que Israel é uma sociedade governada pela lei. Como tal, irei cumprir meus compromissos consigo, Sr. presidente, de remover os postos avançados não-autorizados. Quanto aos assentamentos, Israel também cumprirá suas obrigações com o road map, como eu disse também em Aqaba. Nós aceitamos o princípio que nenhuma ação unilateral por qualquer parte pode pré-julgar o resultado de negociações bilaterais entre nós e os palestinos.


A posição de Israel é que num acordo de status final, os grandes centros populacionais israelenses na Judéia e Samária serão parte do Estado de Israel. Buscaremos um diálogo genuíno e honesto com os palestinos, de forma que poderemos transformar esses passos iniciais numa base sólida para nossas relações com eles no futuro.

O plano [de desligamento] não é político. É uma decisão unilateral movida pela necessidade de reduzir o terror e dar o máximo de segurança aos cidadãos israelenses, reduzindo a fricção entre nós e os palestinos … e pode pavimentar o caminho para a implementação do road map.

À luz das mudanças na Autoridade Palestina, o que começou como uma iniciativa unilateral não precisa continuar assim. Eu insto aos palestinos a trabalhar junto conosco e coordenar a implementação do plano de desligamento.

Agradeço também ao Sr. presidente pela sua intenção de apoio o esforço de Israel em desenvolver o Neguev e a Galiléia…, e como declarei no passado, digo hoje: o road map, baseado no seu discurso de junho de 2002, adotado pelo meu governo e aprovado pelos palestinos e a maioria da comunidade internacional, será a única maneira de avançar na concretização de sua visão. Apenas a completa implementação do road map poderá conduzir à segurança e à verdadeira paz.

O road map é o único plano que define uma agenda política entre nós e os palestinos. Só após os palestinos cumprirem suas obrigações, fundamentalmente um combate verdadeiro ao terrorismo e o desmantelamento de sua infra-estrutura, poderemos passar a negociações baseadas no road map.

A posição de Israel é que os blocos de assentamentos irão permanecer com Israel, em qualquer acordo que venha acontecer após o desligamento. O road map é o único plano entre nós e os palestinos.

Maalê Adumim é um dos blocos de população judia, e nossa posição é de que eles devem fazer parte do Estado de Israel, ele fará parte de Israel. É claro que temos muito interesse que haja contigüidade entre Maalê Adumim e Jerusalém. Mas uma solução geral levará muitos anos, e até lá, teremos bastante oportunidades para voltar e continuar nossas conversas com os Estados Unidos…

(Ariel Sharon – 11/04/2005)


traduzido pelo PAZ AGORA|BR de transcrições da Casa Branca.

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