É preciso detê-los


atentado ao Professor Zeev Sternhell foi um aviso: a poucos quilômetros de Jerusalém, onde ele vive, existe uma realidade sócio-político-governamental que é o completo oposto da democracia em que pensamos viver.

Na Cisjordânia – ou Judéia e Samária, como eles preferem – quem manda de fato são os colonos. Até certo ponto, eles se percebiam como parte da sociedade israelense, mas achavam que sua fé messiânica concedia-lhes o direito de forçar a sociedade israelense a se engajar na colonização.

Os colonos clássicos fizeram-nos expropriar terras, ganharam o controle delas por diversos meios e se assentaram. E passaram por cima de qualquer obstáculo legal, com a conivência do establishment político, aos poucos, fazendo com que a maioria da sociedade israelense fingisse que não estava vendo.

Mas a geração seguinte de colonos não mais está disposta a agir como seus pais. Para a primeira geração de colonos, o choque com os palestinos era algo inescapável. Eles entendiam que era necessário oprimir a população local como forma de facilitar a colonização, mas não tinham prazer em ir à luta.

Colonos Encapuçados

Colonos Encapuçados

A atual geração de colonos é mais escatológica, nacionalista, fascista e perigosa do que eram seus pais. Esta geração está ansiosa por ir à batalha. Diversamente de seus pais, há muito tempo se distanciou da sociedade israelense e está disposta a usar a violência contra os soldados de Israel. Há muito tempo não respeita as normas legais e os valores democráticos.

Esta geração de colonos é violenta. Muitos entre eles cometem crimes sérios contra a população palestina e contra o exército. Gente desse grupo já está ameaçando a parte da sociedade israelense que vive dentro da Linha Verde.

Não se pode superestimar o perigo representado por eles. Chegou a hora de agir. Este é um dos maiores desafios para o próximo governo. O primeiro-ministro tem que fazer os colonos obedeçam à lei e restringir os seus extremistas como principal prioridade.

Tsali Reshef

O governo precisa implantar um programa de emergência, no qual sejam criadas unidades conjuntas da polícia e da procuradoria, para lidar de forma rigorosa com os criminosos.  A forma de fazê-lo é destacar uma força policial determinada, que não tenha medo dos colonos e não se subordine a eles. Qualquer incidente deve ser investigado – ataques contra civis, soldados ou propriedades – não importa sua magnitude.

Cada perturbação da paz deverá resultar num imediato inquérito, que será subordinado diretamente à Procuradoria Geral do Estado. A nova unidade especial para os assentamentos irá cooperar com os serviços de segurança para impedir que os colonos formem redes terroristas

Esta situação na qual os colonos podem fazer o que quiserem, sem nunca serem punidos, é insustentável. Colonos mascarados não podem atacar soldados e voltar para casa.

Se esse tipo de ação não for feita imediatamente, se os recursos necessários não forem alocados, se uma guerra contra os extremistas não for declarada – a nossa democracia ficará muito ameaçada.

Estão em perigo a integridade do Estado de Israel e a segurança individual das pessoas. Não só dos moradores árabes dos territórios e dos soldados que servem lá, mas de cada cidadão que luta pelos valores da democracia, da legalidade e da paz em Israel.

 

TSALI RESHEF foi um dos fundadores do PAZ AGORA, do qual é membro do Comitê Executivo.

[ traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]

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