"Nossa resposta aos que tentam nos silenciar – Gritar mais Alto!”

A Direita não nos silenciará!
A Direita não nos silenciará!

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Não vim aqui para falar sobre Yitzhak Rabin.

Conheço muito bem esta praça. Estive aqui em dezenas de manifestações e ações, mas nunca no palanque. Sou estranha aos holofotes. Apenas estou aqui hoje por causa das pessoas que pixaram as paredes da minha escada.

Enquanto todos falam da Solução de Dois Estados, estão sendo criados fatos que podem torná-la impossível. A política de assentamentos não é menos ameaçadora para o nosso futuro do nque a bomba do Irã e está no centro da controvérsia que está despedaçando Israel. A construção de assentamentos está continuando o tempo todo e a possibilidade de partilhar a terra em dois Estados vai se tornando cada vez mais difícil.

O que estamos tentando fazer é assegurar que a população pelo menos ouça sobre isso, manter o assunto na agenda pública, mesmo sob o risco de sofrermos atentados pessoais. É isto que os pixadores querem evitar. Eles querem silenciar este debate público.

A maior parte da população israelense se opõe à violência e se choca quando a violência se apossa do discurso público. Estou certa de que a maior parte dos colonos se opõe e condena o que foi feito na minha casa. Mas, como dizia o sábio no Pirkei Avot, a Ética dos Pais: “Num lugar onde não há gente, procure ser gente”. Hoje, as pessoas decentes precisam se levantar contra a violência e protestar. Gente decente da direita tem que traçar uma linha clara e definida sobre as fronteiras legítimas do discurso e confrontar a violência política que se avoluma. As pessoas decentes da esquerda devem se erguer e não temer as tentativas de silenciá-los, devem levantar suas vozes nas ruas, em manifestações, unir-se a nós e a outros, no Facebook, na rua, em todo lugar, para que o debate público não silencie.

O mais terrível é que aquilo que algumas pessoas nos fazem nas ruas com pixações e ameaças, o próprio Knesset e o governo estão tentando fazer através de legislação. Com um discurso furiosamente violento, estão procurando silenciar o debate público. Eles querem legislar contra a expressão de certas opiniões e pretendem impedir a operação de ONGs. Estão tentando silenciar a mídia que não agrada ao governo. Este Knesset dá o tom e inspira as ações violentas que assistimos nas ruas, contra gente de esquerda, árabes e qualquer um que deles discorde politicamente.

Ameaças pixadas na casa de Hagit Ofran

Ameaças pixadas na casa de Hagit Ofran

Como disse A.D. Gordon: “Não haverá vitória da luz sobre a escuridão, até que entendamos a simples verdade de que em vez de combatermos a escuridão devemos intensificar a luz”. É precisamente na hora mais escura que precisamos de uma tocha para iluminar o que outros tentam silenciar e eliminar. Mas a tocha precisa de energia e nós estamos aqui para fornecê-la para que ela não apenas ilumine a escuridão, mas também ilumine o caminho que nos levará ao país e à sociedade de que todos possamos nos orgulhar.

Os slogans foram pixados na minha casa, mas a ofensa está em todas as nossas escadas. A etiqueta pode ter sido posta em mim, mas todos nós estamos pagando o preço. Não devemos ter medo. Vejam à sua volta. Estamos aqui e somos muitos.

Temos uma voz e devemos erguê-la. E dizemos hoje para Benjamin Netanyahu: nós não temos medo!

Não cessaremos de lutar pelo que é importante e decisivo para o nosso futuro.

A resposta às tentativas de nos silenciar é gritar mais alto.

E, mesmo que não consigamos a PAZ AGORA sob este governo, devemos agir AGORA para que a paz venha.

 

 

Praça Rabin, 12|11|2011

Praça Rabin, 12|11|2011

[ Discurso de Hagit Ofran – coordenadora da Equipe de Monitoramento de Assentamentos do PAZ AGORA – na manifestação de milhares de israelenses em Tel Aviv em homenagem à memória do primeiro-ministro Yitzhak Rabin, 16 anos após seu assassinato ]  

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חגית עופרן משלום עכשיו – בעצרת הזיכרון לרצח יצחק רבין

[ Publicado pelo PAZ AGORA em 12/11/2011 e traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]

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