Nacionalismo extremo está isolando Israel

 

Nacionalismo religioso domina o governo
Nacionalismo religioso domina o governo

O crescente extremismo nacionalista e religioso não é apenas um problema interno de Israel. Na última semana, ficou claro que os esforços da coalizão Netanyahu-Lieberman para suprimir a liberdade de expressão, as organizações de esquerda e da comunidade árabe, combinados com a coerção cada vez maior dos religiosos no cenário público e mesmo no Exército de Defesa de Israel, estão também pondo em perigo as relações de Israel com seus aliados no Ocidente, especialmente com o establishment político e a comunidade judaica nos Estados Unidos.

A competição entre os políticos de direita, famintos por manchetes sobre quem grita mais alto tornou-se uma ameaça estratégica para o país.

O apoio americano tem sido vital para a segurança de Israel, seu desenvolvimento e sua própria existência desde que o Estado foi criado. A “relação especial” entre os dois países sempre foi justificada pelos valores compartilhados entre a maior potência mundial e “a única democracia no Oriente Médio”. Mesmo quando eles criticam os assentamentos e as violações dos direitos humanos nos territórios, oa americanos repeitam o sistema democrático de governo dentro da Linha Verde. E a comunidade judaica suportava Israel e suas política, sem reservas.

Mas, agora, parece que mesmo apoiadores antigos e consistentes de Israel se decepcionaram e estão se distanciando do que vêem como o abandono por Israel dos seus “valores compartilhados”. Em favor do nacionalismo, o silenciamento dos críticos e do fanatismo religioso.

A Secretária de Estado, Hillary Clinton, expressou grande preocupação com a onda de legislações anti-democráticas, especialmente os projetos para restringir doações de governos estrangeiros a ONGs, e comparou a batalha contra o cantar de soldadas no EDI ao que acontece no Irã. As Federações Judaicas da América do Norte protestaram contra uma campanha de propaganda para seduzir emigrantes israelenses a voltar dos Estados Unidos, colocando dúvidas sobre a possibilidade de se preservar uma videa judaica fora de Israel.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sentiu o golpe e cancelou rapidamente a campanha e postergou a discussão dos projetos de lei sobre as ONGs. Mas a direção geral do seu governo continua a mesma: Israel, temeroso da Primavera Árabe e do crescente poder dos movimentos islâmicos nos países árabes, e desapontado pela fraqueza dos EUA frente ao programa nuclear iraniano, sente-se abandonado. E gradualmente está adotando normas de comportamento comuns no Oriente Médio, distanciando-se das bases da apoio no Ocidente democrático.

Israel precisa de uma liderança que o salve de seu perigoso isolamento e o restaure para a família das nações.

 

[ Publicado no Haaretz em 09/12/2011 e traduzido pelo PAZ AGORA|BR ]

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