Detenham a escalada da violência

Amigos Brasileiros do PAZ AGORA

PAZ AGORA|BR

MANIFESTO PAZ AGORA|BR




Na semana passada, o mundo assistiu a imagens de habitantes de Gaza lutando para enfrentar a imensa escassez de combustível, eletricidade e mantimentos básicos. E vimos milhares de pessoas rompendo a fronteira da Faixa de Gaza com o Egito para comprar produtos essenciais.


O governo de Israel tem o direito – e a obrigação – de tomar medidas para impedir as agressões à sua população – mas não castigando coletivamente mais de um milhão de pessoas.


O disparo incessante de centenas de foguetes e morteiros de Gaza sobre as comunidades civis do sudoeste de Israel precisa acabar. Trata-se de uma agressão intolerável, que ameaça diariamente pessoas em suas casas e escolas, impedindo-as de ter uma vida decente. Os Amigos Brasileiros do PAZ AGORA e o movimento israelense PAZ AGORA reiteram sua solidariedade aos moradores das comunidades e cidades israelenses próximas a Gaza.


Os ataques terroristas de grupos palestinos – como têm repetido os líderes da Autoridade Palestina, – jamais beneficiaram a justa luta palestina por um Estado independente. Ao contrário, abalam a confiança de uma grande parcela de israelenses que deseja avançar em negociações que assegurem uma Palestina soberana, em paz com Israel.


Ao atacar indiscriminadamente comunidades do sul de Israel que, por muitos anos, tiveram uma cooperação construtiva e pacífica com os habitantes de Gaza, os extremistas corroem as chaves de um futuro melhor para todos – confiança e diálogo.


Ao mesmo tempo em que condena energicamente as atitudes belicosas promovidas pelo Hamas, o  PAZ AGORA|BR também condena as ações israelenses que se constituem como punição coletiva e prejudicam indiscriminadamente os civis de Gaza.


Os bloqueios generalizados à entrada de combustível, energia e alimentos – efetivados pelo governo de Israel como represália aos bombardeios do seu território – são moralmente inaceitáveis. Além de totalmente contraproducentes, pois só fazem crescer o ódio que alimenta o extremismo.


O bloqueio de Gaza não enfraqueceu o Hamas, nem aumentou a segurança dos israelenses. Apenas resultou em maior desespero e miséria para a população palestina. O rompimento, nesta semana, da fronteira entre Gaza e o Egito é conseqüência das condições insustentáveis impostas a multidões de pessoas, e teve um efeito desastroso para Israel em termos de segurança e apoio internacional.


A dramática deterioração da saúde e do bem-estar dos civis em Gaza no último ano representa uma tragédia humanitária que deve ser revertida, não como uma concessão ao Hamas, mas por motivos morais e também estratégicos.


É evidente que a política de colocar Gaza sob estado de sítio não está conseguindo deter o fogo dos Qassam e não melhorou as condições de vida em Sderot. Táticas desta natureza, sempre que tentadas, apenas reduziram o apoio popular aos líderes palestinos moderados.


 


Desenho de criança de Sderot


 Desenho de uma criança israelense (“A minha Sderot”)  epalestinos de Gaza na fronteira com Egito em busca de mantimenros

 


Em vez de continuar neste caminho desastroso, o governo israelense – através do diálogo com as lideranças responsáveis da Autoridade Palestina e com o apoio da comunidade internacional – precisa adotar uma estratégia ampla que reserve uma vida digna aos moradores da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.


O bloqueio de Gaza tem que acabar. Israel deve buscar um cessar-fogo com o Hamas, através de contatos diretos ou por terceiras partes. Tal opção é recomendada por inúmeros ativistas civis e mesmo por militares israelenses de alto escalão.


Um cessar-fogo criará espaço para reverter a tragédia humanitária e restabelecer o processo político, rompendo a insana espiral de violência. O processo deve envolver Israel, Autoridade Palestina, Hamas e Egito. A interferência da comunidade internacional é vital, tanto na ajuda humanitária, como na instalação de forças de paz que garantam a segurança nas fronteiras entre Gaza, Egito e Israel.


A importância do Egito, vizinho que mantém relações pacíficas com Israel e é respeitado pelas várias facções palestinas, não pode ser subestimada. O Egito tem o maior interesse na estabilização regional, e deverá ter papel determinante na intermediação entre as partes e na operação do fluxo de ajuda humanitária, mantendo vigilante restrição ao tráfico de armas.


Os extremistas fazem e farão de tudo para torpedear a retomada do processo de paz inaugurada em Annapolis. Para eles, quanto pior melhor.


Mas Sderot, Gaza – e milhões de palestinos e israelenses que querem conviver em paz – não podem continuar sendo reféns de grupos que têm no conflito sua própria razão de existir.


 


 CESSAR-FOGO ENTRE ISRAEL E HAMAS AGORA !


FIM DO BLOQUEIO DE GAZA JÁ !


NEGOCIAÇÕES IMEDIATAS E ININTERRUPTAS ENTRE ISRAEL E AUTORIDADE-PALESTINA


PARA O FIM DEFINITIVO DO CONFLITO !

 

 



Amigos Brasileiros do PAZ AGORA, 28|01|2008

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