Anexação suspensa? Israel construirá mais de 4.430 casas para colonos na Cisjordânia.

Anexações suspensas?

Em meio à pandemia e à crise econômica, Israel construirá mais de 4.430 casas para colonos na Cisjordânia

 O Conselho Superior de Planejamento (The Higher Planning Council | HPC) da Administração Civil (órgão militar para administração dos territórios ocupados) deve se reunir para aprovar a construção de pelo menos 4.430 unidades de habitação para colonos na Cisjordânia em dois encontros consecutivos em 14 e 15 de outubro.

Esta será a primeira vez que o HPC terá este tipo de audiência em oito meses, e se segue a uma declaração do premier Netanyahu em 1|10 de que ele havia instruído a aprovação 5.400 unidades. Isto dará a 2020 o récorde em unidades de assentamento projetados desde o início dos registros pelo PAZ AGORA em 2012.

Nem toda a informação foi publicada, portanto mais unidades podem ter sido adicionadas. Todos os projetos devem receber a assinatura do Ministro da Defesa, ou seja, o premier altenativo Benny Gantz.

De acordo com dados do PAZ AGORA, pelo menos 4.430 unidades já podem ser iniciadas, incluindo:

  • Todas, exceto 2, estarão em assentamentos que Israel provavelmente terá que evacuar em um acordo (referência: a leste da linha de Iniciativa de Genebra).
  • Um grande projeto para expandir Har Gilo para oeste e desconectá-la da principal rodovia intermunicipal (“o bairro dos camelos”), com cerca de 952 unidades habitacionais.
  • Um projeto massivo para o assentamento de Eli, incluindo extensa “legalização retroativa” de construções ilegais no assentamento.
  • Uma porção de outros planos de médio porte para assentamentos menores. Projetos nos assentamentos de Karnei Shomron, Einav, Peduel, Yakir, Ma’ale Shomron, Yitzhar, Efrat, Ma’ale Mikhmas, Nili, Psagot, Beit El, Kerem Reim, Shim’a, Telem e outros.

Veja aqui a lista das 4.430 unidades habitacionais a serem construídas .


Har Giló

Har Giló é um assentamento situado além da linha da Iniciativa de Genebra e do território da Cisjordânia que Israel anexou a Jerusalém.  Fica dentro de um traçado que os defensores da ocupação tem trabalhado para conectar Jerusalém aos assentamentos de Gush Etzion, ao longo da Rota 60. Para os palestinos, Har Gilo já cortou a conexão territorial entre Belém e o vilarejo de al-Walaja a noroeste, agora solidificado pela barreira de segurança israelense.

O novo projeto de 952 unidades habitacionais criará um novo bairro que será maior que o assentamento existente, e irá explorar a área cortada pela barreira de segurança para invadir a área metropolitana de Belém, incluindo a terra conectando al-Walaja e a cidade de Battir, assim como Battir e Belém. Estas terras também constituem parte das únicas reservas férteis desabitadas de Belém, que atualmente é isolada pela barreira de segurança a norte e oeste.


PAZ AGORA:

“Enquanto Israel sofre seu segundo lockdown e a crise econômica, Netanyahu está promovendo construções em assentamentos isolados, que Israel terá que evacuar.

Em vez de aproveitar os acordos com os países do Golfo para promover a paz com os palestinos, ele distorce as prioridades de Israel para agradar uma minoria marginal aprovando novos assentamentos que continuarão dificultando qualquer perspectiva de paz.

Clamamos ao Ministro da Defesa e ao Premier Alternativo  Benny Gantz a vetar esses planos.

Longe de um “congelamento de assentamentos”, do qual a direita vem se queixando, o anúncio de aprovação de assentamentos para a próxima semana prova que o empreendimento de colonização sob Netanyahu está avançando a todo vapor para uma solidificação da anexação de fato da Cisjordânia.

A mudança seria também a primeira grande demonstração do Ministro da Defesa Benny Gantz curvando-se à agenda de colonização da “Grande Israel”, que na verdade traria uma realidade permanente e não democrática de Um Estado.

Assim fazendo, Israel sinalizará ao mundo seu apoio ao fim do conceito de uma Solução de Dois Estados com um Estado Palestino – o paradigma que até agora blindou Israel de uma pressão formal contra seus 53 anos de ocupação.

O empreendimento dos assentamentos não é de interesse nacional ou de segurança para Israel. E é um equívoco estratégico a nível internacional”.

PAZ AGORA

PAZ AGORA

[ por PAZ AGORA |05|10|20 | traduzido e endossado pelo PAZ AGORA|BR ]

Comentários estão fechados.