Netanyahu, o incitador-mór, tenta criar uma falsa simetria | Participe na defesa da Democracia de Israel!


Nos 75 anos da História de Israel, somente no período de um líder da oposição um primeiro-ministro foi assassinado [Yitzhak Rabin], após uma campanha de discursos em balcões, forcas e caixões.

Por décadas, a direita israelense tem tentado criar uma simetria entre ela e a esquerda, com relação à violência motivada politica e ideologicamente. Tal equivalência não existe. Todos os assassinos, esfaqueadores, agressores, atiradores de granadas, assassinos de bebês e incendiadores de residências pertencem a um único lado político. A produção do outro lado é escassa: uma observação apaixonada aqui, um empurrão ali.



[ por YOSSI VERTER  | Haaretz |  06|02|2023  |  traduzido por José Manasseh Zagury ]

Assista Abaixo reportagem sobre o comício comandado por Benjamin Netanyahu, um mês antes do covarde assassinato de Yitzhak Rabin.

JERUSALÉM 1995 | O saudoso primeiro-ministro Yitzhak Z”L era retratado em numerosos posters, se figurava com uniforme nazista ou kefia palestina.  Não faltaram caixões e retratos incendiados.
Tudo sob os aplausos de Netanyahu que demonstrava incontido prazer.
A selvagem incitação, traço até hoje marcante no estilo político de Netanyahu, ainda foi punida.


Eles irão eternamente tentar inflar as coisas. Um balão em forma de pênis, por exemplo, é uma “ameaça de estupro contra a esposa do primeiro-ministro”. Um grupo de manifestantes desafiantes entrando numa área de segurança é transformado em “ataque violento” à fortaleza de Balfour (a residência oficial do primeiro-ministro N.T.).
Agora, as orações dos cossacos assaltados foram atendidas. A bússola de dois cidadãos cumpridores da lei, heróis de Israel, figuras respeitadas, entrou em curto-circuito e eles disseram ou repostaram coisas terríveis, ofensivas e inconcebíveis. Os dois se desculparam e expressaram remorso. O post foi deletado. E mesmo assim, o advogado David Hodak e o Coronel (Res.) Zeev Raz foram intimados pela polícia e interrogados longamente.

Quem não foi intimado? Yair Netaniahu, por exemplo, que pediu que os investigadores e promotores envolvidos nos processos de seu pai fossem julgados por traição e executados; o marginal Rami Ben-Yehuda, por exemplo, amigo da família no poder que exigiu frente às câmeras de TV que a Consultora Jurídica do Estado fosse “neutralizada”, durante um incidente na cena do ataque terrorista em Jerusalém em 27 de janeiro, no qual a equipe jornalística do Canal 13 e outros jornalistas foram atacados; o violento apresentador-porta-voz Ynon Magal, por exemplo, que sugeriu em seu programa de rádio que o primeiro-ministro Benjamin Netaniahu usasse uma submetralhadora contra todos os jornalistas que “o estão crucificando”. Todos os três acima mencionados têm influência, acesso ao atual governo e uma multidão de seguidores muitas vezes superior aos dos Srs. Hodak e Raz. Têm batalhões.

Esse cumprimento seletivo da lei também existiu nos dias do governo anterior, cujos líderes foram submetidos a uma campanha de incitamento à violência – não pelas províncias do Facebook, mas pelos líderes da oposição: o atual governo.

Em tudo o que tem a ver com crime em geral e incitamento em particular, a direita tem um nervo muito sensível. A mínima investigação em sua direção é uma ação da Stasi esquerdista a serviço do Estado profundo. E abrir uma investigação sobre incitamento é o mesmo que abrir uma por corrupção (do primeiro-ministro). Normalmente, a polícia nem se dá o trabalho. Não vale a dor de cabeça. Mas quando se trata dos oponentes de Netaniahu o inferno se abre com a força de milhares de megafones, as bocas espumando exigindo providências.

Não surpreende que o incitador-mór agarrou a oportunidade que apareceu no seu caminho. Antes de embarcar no avião para Paris e também na reunião semanal do gabinete, a pessoa mais protegida do país exigiu que “os líderes da oposição” condenassem o incitamento à assassinato dirigido contra ele. De fato eles condenaram veementemente antes mesmo de sua exigência, em contraste com seus longos e significativos silêncios em casos semelhantes.

E, ao contrário dos casos acima mencionados, Yair Lapid e Benny Gantz não têm ligações familiares ou partidárias e nem amizades com nenhum dos dois homens que, por preocupação com o Estado, pecaram por suas palavras ou seus botões de compartilhamento.

Em 75 anos de História do Estado, somente no mandato de um líder da oposição um primeiro-ministro foi assassinado – após uma campanha de discursos de balcões, forcas, caixões e éditos religiosos de ‘din mosser’ e ‘din rodef’ para justificar o assassinato. Somente durante o mandato de primeiro-ministro do mesmo indivíduo foi necessária proteção máxima para testemunhas de acusação, promotores e para a Consultora Jurídica do Estado, devido às ameaças contra eles, inclusive de assassinato. Sob nenhum líder anterior, centenas de manifestantes foram agredidos nas ruas e cruzamentos rodoviários. Os punhos foram dos hooligans que juraram lealdade a Netaniahu.

Hodak e Raz prejudicaram os protestos populares que mostraram uma impressionante força por cinco semanas e que vão continuar. Eles forneceram munição para os que querem demonizar os protestos e apresentar seus participantes como ‘esquerdistas não patriotas’.

Uma bandeira palestina, trazida por um provocador do Likud, se transformou na boca do deputado do Sionismo Religioso [extrema-direita] Simcha Rothman em “manifestação com assassinos”.

A direita tentou se agarrar ao caso Avi Himi (no qual esse, que é um dos líderes do protesto, é acusado de cometer ato indecente) ao pintar a manifestação inteira com cores de ilegitimidade. Não funcionou, porque a preocupação é real.

A segurança pessoal, que está no seu ponto mais baixo, o enorme protesto que une estudantes do ensino médio e os principais juristas, soldados da reserva e líderes financeiros contra a reforma para destruir a democracia israelense – isso e mais, empurra Netaniahu para um canto onde o Ministro da Justiça Yariv Levin mostra-lhe os dentes. Para sorte de Netaniahu, ele teve uma breve pausa (no final de um fim de semana horrivelmente indulgente e esbanjador na França) para praticar seu esporte favorito: bancar a vítima.

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