Ameaça Iminente à Paz com Palestinos

[ por Movimento PAZ AGORA e IR AMIM | 15|10|2021 | traduzido pelos Amigos Brasileiros do PAZ AGORA ]

Na próxima segunda-feira, 18|10, o Conselho  Supremo de Planejamento da Administração Civil [órgão militar responsável pela administração dos Territórios Palestinos Ocupados por Israel] discutirá as objeções submetidas contra a construção de milhares de unidades habitacionais na área E1 , uma iniciativa avançada por Netanyahu no final do seu último mandato de premier.

O plano é considerado especialmente letal para a Solução de Dois Estados, pois a construção em E1 seccionaria a Cisjordânia para os palestinos e a desligaria da Jerusalém Oriental , frustrando a possibilidade de algum dia servir como capital da Palestina.

Promover este plano significa o abandono da Solução de Dois Estados, pois ele aprofunda na prática medidas de anexação ‘de fato’ da “Grande Jerusalém”, que inclui a área E1.

Deve-se lembrar que o novo ‘governo de mudança’ de Israel foi construído sobre a base de manter o status quo político. A construção israelense em E1 significa cruzar uma linha vermelha!

E1 fica além da Linha Verde, a poucos quilômetros de Jerusalém Oriental e penetra 10km na Cisjordânia.

E1 é uma área aberta que pode ser utilizada para um desenvolvimento prospectivo palestino e atualmente é um corredor vital para a vida comunitária palestina, conectando Ramallah e o norte da Cisjordânia a Belém e o sul da Cisjordânia, assim como essas áreas à Jerusalém Oriental.

Construir em E1 seria a expressão mais tangível de Israel dar as costas para a Solução de Dois Estados,

A implementação deste plano destrutivo para construir 3.400 unidades habitacionais iria dividir a Cisjordânia em dois, e evitaria o desenvolvimento de uma área metropolitana central incluindo Ramallah, Jerusalem Oriental e Belém.

Autorizar os planos em E1, como promovido pelo ex-premier Netanyahu com o apoio do governo Trump, levaria Israel a solidificar o controle indefinido sobre milhões de palestinos com nenhuma garantia de lhes conceder direitos civis – em essência, a anexação de fato com movimento rumo  a uma realidade semelhante à de um apartheid.

A construção israelense em E1 levaria a uma separação forçada entre norte e sul da Cisjordânia, que prejudicaria severamente uma vida sustentável palestina e a chance de um acordo estável e justo para o conflito.

Da mesma forma cortaria a continuidade territorial entre Leste de Jerusalém e a Cisjordânia, necessária para um Estado Palestino viável e independente com a capital em Jerusalém Oriental.

Construir milhares de unidades habitacionais em E1 também levaria ao deslocamento de comunidades beduínas que vivem nesta área, a mais conhecida sendo Khan al Ahmar.

Após  anos cancelados [por pressão de sucessivos governos americanos e europeu] , os planos para E1 foram autorizados para depósito por Netanyahu de maneira abrupta sem precedentes, no final da última campanha eleitoral. Promover E1 apenas servirá para retornar Israel a uma política perigosa que ele criou quando estava para perder o poder.

Junto a outros parceiros, o PAZ AGORA e o IR AMIM apresentaram objeções ao plano E1, que serão apreciados entre outros discutidos no Encontro de 18|10.

Adicionalmente, IR AMIM e PAZ AGORA lançaram uma campanha por e-mail (para cidadãos israelenses), chamando o público israelense a pressionar o Ministro da Defesa Benny Gantz e o Primeiro-Ministro Alternativo e Ministro do Exterior Yair Lapid a suspender os planos, e provar a eles que a maioria dos israelenses está determinado a lutar pela paz e por um acordo político baseado na Solução de Dois Estados.

Os Ministros Lapid e Gantz podem e devem agir para sustar esses planos e retirá-los para sempre da mesa.

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