Israel insiste em colonizar terras palestinas em Jerusalém Oriental

Comitê apresenta planos para novo bairro para 1.465 residências, metade das quais além da Linha Verde.

[ por AARON BOXERMAN | Times of Israel | traduzido pelo PAZ AGORA|BR | www.pazagora.org]

O Comitê Distrital de Planejamento e Construção de Jerusalém apresentou um plano de 1.465 unidades habitacionais para um novo bairro na capital, metade dos quais estaria na área contestada além da linha de cessar-fogo de 1967.

O novo bairro – conhecido como “Aqueduto Inferior” – foi planejado para ligar os bairros judeus de Givat Hamatos e Har Homa, ambos também localizados além da Linha Verde. Cerca de metade da construção planejada estaria no Conselho Regional de Mateh Yehuda, no interior da Jerusalém Ocidental; o resto ficaria em Jerusalém Oriental municipal.

Após a aprovação do Comitê, o plano do “Aqueduto Inferior” avançou para a fase de “depósito”, o que significa que só precisa de mais uma aprovação antes que o terreno possa ser movimentado para construção.

Israel capturou Jerusalém Oriental da Jordânia em 1967. Em 1980, o governo israelense aprovou uma lei que anexa a área, um ato que não foi reconhecido pela maioria da comunidade internacional.

Grupos israelenses de esquerda e palestinos se opõem a construções israelenses em Jerusalém Oriental, que eles esperam um dia se tornar a capital de um Estado palestino. Os israelenses de direita, que em grande parte se opõem a um Estado palestino pleno, apoiam uma Jerusalém sem divisões, como a capital de Israel.

Conforme o Movimento PAZ AGORA, as unidades planejadas “impediriam a contiguidade territorial entre os bairros palestinos de Jerusalém Oriental e a cidade de Belém.”

“Esta é outra maneira pela qual Israel está apagando a Linha Verde em Jerusalém, acabando com a contiguidade palestina e expropriando as terras dos palestinos. Quando os palestinos tentaram planejar a construção lá, o projeto foi rejeitado — e agora o território será confiscado”, disse Aviv Tatarsky, pesquisador da ONG israelense IR AMIM, que defende a convivência harmoniosa de árabes e judeus em Jerusalém.

O mapa mostra o novo bairro proposto para Jerusalém (Aqueduto Inferior), metade do qual estaria em Jerusalém Oriental, tornando-o controverso. (PAZ AGORA)

O município de Jerusalém não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

As construções por Israel além da Linha Verde em Jerusalém Oriental são controversas, mesmo entre os aliados de Israel em Washington. Depois que um plano para construir um novo bairro para judeus ultraortodoxos perto da Zona Industrial de Atarot foi anunciado em dezembro, legisladores e autoridades do governo americano reagiram com veemência.

O ‘Times of Israel’ reportou na época que o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, expressou a firme oposição do governo ao projeto planejado de 9.000 unidades em um contato “intenso” com o primeiro-ministro Naftali Bennett. O Comitê Distrital de Jerusalém posteriormente adiou aquele plano, citando inadequações técnicas.

[ por AARON BOXERMAN | Times of Israel | traduzido pelo PAZ AGORA|BR | www.pazagora.org]

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