Como Eliminar a Violência dos Colonos


A VIOLÊNCIA DOS COLONOS
Quebrando o Silêncio

  


Esta noite colocamos um enorme outdoor em Jerusalém, pedindo ao Ministro da Defesa e ao Ministro da Segurança Pública para pôr fim à violência dos colonos. Esta violência não é um juízo final e os colonos que a realizam não são arqui-vilões sofisticados. Podemos impedi-la. Vocês só tem que decidir.

Enquanto estávamos segurando a placa, colonos novamente atacavam a polícia de fronteira, perto de Yitzhar. Nenhum detento foi denunciado. Nada surpreendente, mas você vê mudanças: no passado, os políticos nem se preocupavam em manifestar condenação. Esperamos que este seja o início de uma era em que nos recusemos a passar batido por esta violência.

Ainda assim, os colonos atacaram a Polícia de Fronteira e nenhuma prisão foi relatada novamente. Tente imaginar o que acontece quando se trata de palestinos: dificilmente passa uma semana sem que colonos armados ateiem fogo em plantações, atirem pedras e batam em palestinos. Eles são frequentemente acompanhados por soldados, que ficam de fora, como se não fosse com eles. Muitas vezes ninguém se preocupa em relatar. É a rotina.

Essa violência floresce unicamente por causa de uma política de passividade: estar ao lado das forças de segurança, dos políticos, da mídia e do público.

Alguns soldados optaram por quebrar o silêncio em uma rotina de ordens vagas, medo de prender colonos, colonos que dão ordens aos soldados e usam o exército para usar a violência por eles

É hora de pararem de ficar parados. Escreva ao Ministro da Defesa e ao Ministro da Segurança Pública, exigindo que comecem a levar essa violência a sério. Agora é o turno deles.

Hoje também publicamos “Recrutas”, um livreto de depoimentos de soldados sobre a violência dos colonos entre 2012 e 2020. 100% dos nossos testemunhos vieram até nós de soldadas e soldados que serviram nos Territórios Ocupados.

***

A violência dos colonos vem sendo desenfreada nos Territórios Ocupados há anos. Agora – é hora de suprimir o fenômeno, antes que seja tarde demais: de acordo com oficiais de segurança, em 2020 cerca de 370 casos de violência de colonos nos Territórios Ocupados foram relatados, com mais de 10% desta violência dirigida a soldados e policiais.

Na verdade, dificilmente passa uma semana sem a liberação da documentos de colonos mascarados atirando pedras, atacando com cassetetes ou ateando fogo em campos, com soldados inertes muitas vezes e às vezes até participando ativamente da violência contra palestinos.

Por anos, os colonos têm atacado até mesmo as forças de segurança, sem que nenhum deles pague um preço. A mensagem subliminar transmitida pelo EDI e pelas forças de segurança é clara: a violência dos colonos é legítima e será respondida com um consentimento tácito.

Os alvos da violência dos colonos são estratégicos – a tomada das terras dos palestinos e seu controle efetivo, através da violência, contando com o desrespeito – ou até mesmo a cooperação – das forças de segurança. Não é uma força da natureza, é política. E as políticas podem ser mudadas.

Ministro da Defesa Benny Gantz e Ministro da Segurança Pública Omer Bar-Lev: Esta violência está acontecendo agora, em seus mandatos, e vocês tem a oportunidade e o dever de pará-la.

A violência dos colonos pode tornar-se coisa do passado em cinco passos simples:

  1. Colocar o tema na ordem do dia: os militares e a polícia devem montar um plano anual e objetivos claros para combater a violência dos colonos.
  2. Proibir atuar a favor dos agressores: Os militares devem esclarecer as ordens aos soldados e comandantes em terra para que fique claro, sem exceção, que eles tenham autoridade e dever para prender colonos violentos, acabando assim com o fenômeno de “ficar de prontidão”.
  3. Investigar: A polícia deve investigar casos de violência contra palestinos, mesmo que nenhuma queixa tenha sido apresentada.
  4. Tornar as queixas acessíveis: A polícia deve estabelecer um mecanismo eficaz que permita aos palestinos apresentar queixas sem fazê-lo fisicamente em delegacias localizadas no interior de assentamentos.
  5. Supervisionar os chefes de polícia e as classes de alerta: tomar medidas punitivas contra eles, quando excederem seu dever e autoridade.

São requisitos concretos e simples que podem ser implementados quase imediatamente.

Você quer ouvir como é a violência dos colonos do ponto de vista dos soldados?

Dezenas de soldadas e soldados nos deram depoimentos nos últimos anos sobre a violência dos colonos – da violência direta e, de uma forma rotineira, de ações para provar sua superioridade no terreno. Eles descreveram uma rotina de ordens vagas, o medo de prender colonos, colonos distribuindo ordens aos soldados e colonos usando os militares para usar a violência a seu favor.

Clique nas fotos

 

Quebrando o Silêncio – BreakingTheSilence.org.il

 

Comentários estão fechados.