Homenagem do PAZ AGORA a Emil Grunzweig z’L

[ publicado pelo Movimento PAZ AGORA | 10|02|2022 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR www.pazagora.org ]           

Há exatos 39 anos, Emil Grunzweig foi assassinado por um ativista de extrema direita em uma manifestação do PAZ AGORA. Hoje, lembramos Emily e seu legado.

Em 10 de fevereiro de 1983, cinco meses após o massacre em Beirute nos campos de refugiados de Sabra e Shatila, o PAZ AGORA organizou uma manifestação em Jerusalém para exigir de Menachem Begin – então primeiro-ministro – e seu gabinete que adotasse as recomendações do Comitê Kahan sobre o Massacre de Sabra e Shatila. O relatório final da comissão criticou fortemente as ações e decisões tomadas pelo PM Begin e pelo Ministro da Defesa Ariel Sharon. O comitê Kahan acusou Ariel Sharon de ignorar intencionalmente a fúria dos falangistas libaneses e recomendou que ele renunciasse do seu cargo. 

A manifestação partiu da Praça Zion e seguiu em direção ao Gabinete do Primeiro-Ministro na Balfour St, em Jerusalém. Os manifestantes logo foram cercados por uma multidão de direitistas, violenta e hostil, que não hesitou em atacar tanto verbalmente quanto fisicamente os ativistas que caminhavam juntos. Esse ataque violento e desprezível não veio do nada: a agressão verbal e física tornara-se um fenômeno comum depois que a direita chegou ao poder em 1977.

Um desses manifestantes, Emil Grunzweig, era um dos principais ativistas do PAZ AGORA. Mas ele não era apenas um ativista: Emil era o sal desta terra. Ele imigrou para Israel em 1963, depois que sua família sobreviveu ao Holocausto. Participou de quatro guerras diferentes como soldado e como oficial no EDI. Emil trabalhava para causas sociais, como a convivência e a tolerância entre judeus e palestinos. Emil era cada um de nós.

Emil Grunzweig (quarto à esquerda) em sua última passeata – Jerusalém, 10|02|1983

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Emil não só acreditava, mas estava convencido de que um futuro melhor e pacífico era possível neste país, como muitos de nós acreditam até hoje. Emil tinha 35 anos quando foi assassinado por uma granada que Yona Avrushmi, ativista de direita, arremessou na multidão. Em sua confissão, Avrushmi alegou que foi incitado por extremistas de direita que mais tarde negaram-se a prestar contas. Além disso, nove ativistas da PAZ AGORA foram feridos por estilhaços.

O assassinato de Emil foi o resultado direto da incitação e violência provenientes da extrema direita. O nível de incitação vindo da direita, que temos visto nos últimos anos, nos lembra da incitação em fevereiro de 1983 e em novembro de 1995, quando o Primeiro Ministro Yitzhak Rabin foi assassinado.

A violência e a incitação vindas da extrema direita, infelizmente, ainda estão aqui. Em 2022, são os políticos de alto escalão os que lideram a incitação, enquanto outros preferem ignorá-la, permanecendo em silêncio. 

Este ano, como todos os anos, a família PAZ AGORA recorda Emil. Esta noite nos reuniremos em Tel Aviv para homenageá-lo e falar sobre a violência de direita e seu impacto no passado, no presente e no futuro.

Continuaremos a levantar a voz contra a violência e o ódio. Continuaremos honrando sua memória e legado. 



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[ publicado pelo Movimento PAZ AGORA | 10|02|2022 | traduzido pelo PAZ AGORA|BR www.pazagora.org ]  

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