Não é só Ben-Gvir

O silêncio do Likud ressoou amplamente, assim como o silêncio do seu líder. Depois que Netanyahu prometeu que Ben-Gvir e Smotrich serão ministros em seu próximo governo, em oposição diametral ao que prometera (em relação a Ben-Gvir) antes da última eleição, o branqueamento avançou mais um passo com o silêncio estrondoso sobre as ideias que eles apresentaram. Alguém deve perguntar a Netanyahu: O que mudou em Ben-Gvir que era desqualificado para servir em seu gabinete antes da última eleição, mas agora está qualificado? O silêncio de Netanyahu e do resto das primeiras fileiras do Likud indica que eles concordam com Ben-Gvir? Não há como interpretar o silêncio deles a não ser como consentimento. Em outras palavras, o próprio Likud está gradualmente se tornando um partido kahanista. Não é apenas abraçar os kahanistas para formar um governo. Está indo ainda mais longe, abraçando as suas ideias.

-> ++

• Israel’s Michaeli boycotts Zara after boss’ connection to Ben-Gvir revealed
• Netanyahu says there is ‘certainly’ a place for Ben-Gvir as a minister in his cabinet
• Zara will survive the boycott, but we won’t survive Ben-Gvir unless we vote

Esta é uma nova situação moral e política para Israel. O kahanismo não só foi legitimado, como está se espalhando para o centro do mapa político. Depois de Ben-Gvir, Smotrich e sua turma terem servido como ministros seniores em um governo do Likud, a verdadeira revolução poderá ser completa – racismo aberto, ultranacionalismo, chauvinismo, xenofobia, ódio a qualquer um diferente, imposição do direito religioso [uma sharia judaica? -NT] e a destruição do sistema legal [fim das instituições democráticas -NT] terão se tornado todos pilares do governo de Israel.

Nenhuma notícia poderia ser mais ameaçadora do que isso.