Presidente Herzog: “NÃO À GUERRA CIVIL !”

Presidente israelense na véspera de Tishá B’Av: “Aqueles que estão no poder têm a responsabilidade de resolver a crise”

Herzog admitiu que compartilha “profunda frustração” com a turbulência em Israel. Pediu também aos reservistas que resistem ao golpe judicial de Netanyahu que reconsiderem suas ações.

[ por Jonathan Lis  |  Haaretz  |26|07|2023|  traduzido pelo PAZ AGORA|BR |  www.pazagora.org  ] >

 
 
 

O presidente israelense, Isaac Herzog, disse na quarta-feira que está “ansioso” pela segurança de Israel, que foi afetada por ameaças de reservistas que se opõem ao golpe judicial do governo de Netanyahu.

Em uma postagem no Facebook na véspera de Tisha B’Av, o presidente pediu aos reservistas que reconsiderassem suas ações. Este é o momento de moderação, de responsabilidade e de salvaguardar o mandamento supremo: evitar uma guerra civil”, escreveu ele.
 

Herzog afirmou que Israel está atualmente passando por “o mais desafiador dos dias”. Ele reconheceu “a dor profunda, a frustração e a ansiedade genuína sentidas por muitos israelenses devido à situação atual e às incertezas futuras”.  Admitiu que também compartilha uma profunda frustração durante esses tempos.

 

“Estou também experimentando uma tempestade de emoções. Estou triste e com raiva”, disse ele. “Como alguém que acreditou na possibilidade de um acordo e trabalhou incansavelmente dia e noite para ajudar, preencher lacunas, mediar e estender a mão amiga, para construir escadas para que todos descessem da árvore – estou profundamente desapontado.”

 

O presidente mencionou que vinha alertando sobre esse momento nos últimos meses. “Implorei por ouvir, por estender a mão e por assumir a responsabilidade.” Apesar da “dor, frustração e turbulência emocional”, ele prometeu continuar trabalhando para “apagar as chamas e construir pontes”.

Segundo ele, “não há tarefa maior do que curar e unificar o povo e salvaguardar o Estado de Israel e sua democracia”, acrescentando que “a responsabilidade significativa, embora não exclusiva, na procura de soluções que beneficiem o país e a sociedade caberá sempre a quem detém o poder e a autoridade”.
 

Herzog então dirigiu suas palavras aos funcionários públicos, à mídia e a todo o público israelense, pedindo-lhes que “preservassem os limites do desacordo e evitassem violência e medidas irreversíveis“. Enfatizou a necessidade de “imaginar nossas vidas compartilhadas juntos, não apenas no presente, mas também daqui a quarenta, cinquenta e cem anos, e como cada ação afetará nossos filhos e netos e as pontes entre nós”.

Cerca de 1.300 ex-membros das unidades de elite do Exército de Defesa de Israel (EDI) rejeitaram os comentários do presidente Herzog sobre os reservistas, afirmando que “em suas ações, o presidente está novamente servindo à ditadura”. Segundo eles, “a segurança de Israel só foi prejudicada pelo golpe inconstitucional. Não confie em nós, Herzog, não serviremos a um governo ditatorial delirante, de jeito nenhum. Confiamos em você para lutar genuína e corajosamente pela democracia… “

O exército israelense acredita que devido ao protesto dos reservistas contra o golpe judicial, iniciou-se um processo de erosão na prontidão do EDI para a guerra, o que pode afetá-lo em semanas.

O chefe do Estado Maior do EDI, Herzi Halevi, se reuniu com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na segunda-feira e o informou que, atualmente, a IDF está em prontidão operacional caso uma guerra estoure dentro de semanas a meses. A conversa ocorreu depois que Netanyahu se recusou a se encontrar com Halevi e receber um briefing de segurança antes da votação da lei para abolir a cláusula de razoabilidade.

Nos últimos meses, Herzog pressionou tanto a coalizão quanto a oposição a negociar em sua residência na tentativa de chegar a um acordo. A mudança gerou respostas mistas dentro da oposição: o Partido da Unidade Nacional e Yesh Atid se juntaram às negociações, enquanto Yisrael Beiteynu e o Trabalhismo as rejeitaram.

A coalizão abandonou os esforços para promover a dramática mudança na lei referente ao Comitê de Nomeações Judiciais e concentrou-se na lei para abolir a cláusula de razoabilidade. Ambos os lados acreditavam que era possível chegar a uma versão suavizada e consensual. O presidente Herzog chegou a apresentar um plano de compromisso que foi formulado e recebeu apoio da oposição, mas foi rejeitado pelo Likud de Netanyahu,

As negociações na Residência do Presidente foram congeladas pelos líderes da oposição, Gantz e Lapid, há algumas semanas, após a decisão de Netanyahu de adiar a nomeação do representante da coalizão para o Comitê de Nomeações Judiciais. Nos últimos dias, ao retornar dos Estados Unidos, Herzog renovou pessoalmente os esforços para facilitar o diálogo entre as partes, mas as discussões permaneceram inconclusivas.

Enquanto isso, foi aprovada a lei para abolir a cláusula de razoabilidade com a versão elaborada pela coalizão na Comissão de Direito, Justiça e Constituição, liderada pelo deputado Simcha Rotman.

 

Antes da votação final para aprovação da lei, vários ministros do governo tentaram amenizá-la. Segundo fontes da coligação, os ministros tentaram alterar a redação da lei no último momento para que sua implementação só viesse a vigorar no início do ano seguinte ou fosse promulgada como dispositivo temporário que expiraria no início do próximo ano.

Segundo as fontes, essas tentativas falharam devido à veemente oposição do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e do ministro da Justiça, Yariv Levin, a qualquer suavização da redação da lei.

> ASSINE  AGORA O NOVO MANIFESTO EM
‘SOLIDARIEDADE AOS DEFENSORES DA DEMOCRACIA EM ISRAEL’
> clique AQUI … e … ENVIE AOS AMIGOS


apoio

 

Comentários estão fechados.